Mergulhando no DT12 - Tua Visão




ATENÇÃO: O texto abaixo é de caráter técnico e opinativo, que exprime as idéias do autor, não uma verdade absoluta. Sendo assim, todas as opiniões acerca de pessoas ou fatos não são pessoais, mas, exclusivamente, análise das situações.
Peço à todos que entendam e encorajo-os à expreimirem suas opiniões também.
Desde já, boa leitura.

O volume 12 da série Diante do Trono foi gravado no dia 01 de agosto, na Praça da Estação, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Projetado inicialmente pra ser gravado em Manaus, Amazonas, no dia 23 de Julho, por razões diversas, foi transferido para a cidade natal do grupo. Depois de 8 anos gravando pelo Brasil à fora, o grupo volta pra casa e nos apresenta um lindo álbum cheio de referências aos seus grandes sucessos.

  • Músicas

Com acordes executados em teclado, a primeira faixa do álbum, 'Vestes de Louvor', umas das primeiras canções do cd que foi divulgada, virou hit no Congresso Internacional de Louvor Diante do Trono desse ano. A linda letra é baseada no capítulo 61 de Isaías. Como de costume, a canção de abertura ganha um ritmo diferente e animado na ponte. Aqui ouvimos uma levada latina conduzida pela letra "vem dançar comigo, vem dançar! celebrar comigo, celebrar!", destaque para as intervenções da orquestra, bela como nunca. Essa canção já nos mostra a proposta do álbum, que traz inúmeras referências aos demais trabalhos do grupo, embora utilizando de linguagens mais modernas trazida por seus novos integrantes. A melodia da canção unida à interpretação da Ana Paula nos lembra muito as primeiras canções do grupo, pricipalmente no álbum 'Preciso de Ti' e pegada da ponte nos lembra 'Tua Chuva', do DT 5.


Em seguida, com uma introdução num riff de guitarra, ouvimos 'Vive o Senhor', baseada no Salmo 18. A letra fala sobre confiança, gratidão e exaltação. Mais uma vez destaco o trabalho da orquestra. A referência à outros trabalhos está no fato de já termos ouvido outras canções baseadas no salmo 18, sem falar numa melodia, na minha opinião, muito parecida com algumas feitas para os projetos infantis e os já conhecido 'Hey!", vistos em músicas de celebração como 'Com Intensidade', do volume 6. A canção termina com uma levada mais calma e uma ministração da Ana cantando apenas o refrão, primeiro pelos homens, depois pelas mulheres, finalizando com todos cantando "vive o Senhor, bendito seja minha Rocha..."


A terceira faixa, 'Bençãos Que Nem Sei Contar', é, sem dúvida, uma das Top 5 do álbum. Com um arranjo de violão belíssimo, a música fala sobre a supremacia do cuidado de Deus em nossas vidas. Nos estimula à agradecer à Ele pelas pequenas e grandes coisas, como a própria letra diz. Essa também já era conhecida, pois já havia sido executada durante alguns cultos na Lagoinha, inclusive a sua ponte. Gravada originalmente no primeiro álbum do grupo, 'Te Agradeço', uma versão de Dennis Jernigan, aqui é executada após a tag "te agradeço, estou aqui pra louvar" e um pequeno espontâneo da Ana Paula. Muita emoção! Encaixou-se perfeitamente na canção e só complementou o que já estava maravilhoso.


A faixa é seguida por uma palavra da Ana que denota exatamente o que venho dizendo até aqui: o clima flashback dessa gravação. É executado aqui o refrão de uma das mais lindas letras e melodias já compostas por Ana Paula Valadão, 'Deus de Amor'. Mais emoção!!


Ana Paula sai de cena, e quem vem à frente é a, já veterana, Helena Tannure e a novata Roberta Izabel pra cantar 'A Tua Vontade', um encontro de gerações. Se valendo de um loop já conhecido, muito usado por Nivea Soares e também na canção 'Quero Tocar-Te', do DT 6, o dueto é muito bem conduzido pelas duas, inicialmente pelo piano, depois por toda banda. A letra fala sobre o prazer e a paz de fazer a vontade de Deus acima de tudo, culminando no verso "a Tua vontade é boa perfeita e agradável". Aqui, deixo um comentário estritamente pessoal, não técnico: Robertinha tem uma voz muito bela, forte, marcante, mas, como fã declarado que sou, eu preferia a Helena sozinha essa canção.


Chegamos, enfim, à canção título do álbum, 'Tua Visão'. A canção se inicia com a guitarra, seguido pela Ana, com um figurino diferente, e depois por toda a banda, num melisma (ôuÔÔÔ... ôôuôÔÔÔ!!). Além da letra muito bem composta, falando sobre uma vida que anda plenamente conforme os planos de Deus e uma melodia marcante, gostaria de destacar o trabalho de Sérgio Gomes como arranjador vocal e maestro da orquestra. O vocal executa aqui um trabalho excelente, primoroso, o que já e característica do grupo, sem falar nas nuances de mudanças de tom no meio da música, uma novidade,  e a orquestra trabalha de uma forma tão harmoniosa com a banda que dá gosto de ouvir. No mais, a música se colocou muito bem como canção-tema, pois não precisou durar 10 minutos para cumprir seu papel e ser marcante.


Mais uma vez uma novata vem à frente, dessa pra solar. Cantando 'Tu és o Motivo', Ana Paula Nóbrega faz muito bem seu trabalho, interpretando brilhantemente essa canção. A letra é meio batida, fala sobre Deus ser a única razão de tudo. O maior pecado da letra/melodia está na ponte, por repetir inúmeras vezes o verso "Perdão, pois tantas vezes procuro em vão", que se vale de uma rima muito forçada. Sem contar que fica muito vago, pois a primeira frase, uma oração subordinada, é repetida 8 vezes durante 1'':30''' e apenas no final a idéia é complementada, como pede toda oração subordinada, pelo verso "o que só encontro em Ti".  Entretanto, o refrão é lindo quando diz "o meu vazio só é preenchido pela Tua perfeição" e o riff de guitarra usado também é lindo. Acho que, em outros tempos, essa seria uma canção que caberia à Mariana Valadão.


Quem assistiu o DVD ou, como eu, viu os vídeos no YouTube sabe que essa música foi seguida por um espontâneo da Ana emendando com o clássico 'Preciso de Ti'. Quem não, realmente precisa ver, pois ficou emocionante. Vale à pena!


A oitava faixa foi uma grande supresa pra mim. Uma das que já eram conhecidas, 'Te Exaltamos, Pai' é um dueto entre a Ana e o, também novato, Israel Salazar. Vale lembrar que todos esse vocalistas novatos, além de alguns músicos, são jovens que vieram do CTMDT. Digo que a canção foi uma supresa pra mim, pois já sabia da existência da mesma mas nunca tinha ouvido. Ao ouvir o CD me encantei pela canção, pois a voz e interpretações da Ana e do Israel se encaixaram perfeitamente. Aliada à letra (sobre a graça da paternidade de Deus) e melodia magníficas, um arranjo fantástico e um vocal, repito, primiroso, a canção, sem dúvida, é a melhor do álbum. Coloco aqui mais um comentário pessoal: esse dueto nos faz lembrar das antigas parcerias entre Ana e André, mas, especificamente aqui, ele não fez falta.
Mais um belo momento que não entrou no CD é o espontâneo que segue essa canção, sendo executado com base na tag da canção 'Nos Braços do Pai', cantando "Pai, meu Pai, meu Papai, Aba Pai!".


Falando em André Valadão, chegamos perto do fim, com 'Meu Irmão'. Como a maioria sabe, essa canção seria, originalmente, uma reprise do trio de 'Eu Nasci de Novo' e 'Irmãos', cantada pelos irmãos Ana, André e Mariana Valadão. Porém, devido aos compromissos de sua própria carreira, André não pode aprender a música e participar da gravação. Quem o substituiu foi alguém também da família, o marido da Mariana, Felippe. Aqui sim André fez falta.
Não que Felippe seja ruim, mas acho que a música teria um quê à mais. Isso porque o arranjo não traz nenhuma novidade e o trio não gerou química, embora tenham encaixado perfeitamente suas vozes. Simplesmente a música não funcionou, vai para o rol de músicas comuns do grupo. O que salva mesmo é a letra e melodia que são muito bem compostas.


Outro trio, dessa vez realmente reprisado, vem à frente para a próxima faixa, 'Encontro das Águas'. Ana, Nivea Soares e Fernanda Brum mais uma vez se encontram para cantar juntas. Mas, o que tinha tudo para dar certo, deu errado. Já as ouvimos juntas em 'Vinde à Mim', do 'Acustico Nivea Soares', então esperávamos algo pelo menos no mesmo nível. O que não aconteceu. A letra  da música é confusa, pois força uma idéia sem contexto. Sabemos que foi composta para Manaus baseada na idéia da união dos rios Negro e Solimões, formando o grande rio Amazonas. Mas estamos em Belo Horizonte, lembram? Sem contar que a própria composição é confusa. Versos como "dentro de mim e de você, meu irmão" e "no encontro das águas se encontra o Senhor" pode fazer com que alguns menos informados digam "hã?". Tudo bem que aqui há uma analogia entre a união dos rios e a unidade na Igreja, mas Ana abusou da liberdade poética, né? O arranjo também não traz novidade e as três vocalistas não parecem seguras no encaixe das vozes, o que prejudica a interpretação.


Com uma pegada dance, 'Digno é o Cordeiro' inicia-se com uma guitarra unida à um loop dançante e os naipes de metal anunciando a celebração de encerraento do CD. É engraçado pois essa exemplifica exatamente o contraste desse álbum. Essa é a canção com o arranjo mais diferente do álbum e não consegui encontrar nenhuma semelhança com cançãos antigas do DT. Vale à pena conferir o DVD que traz uma espetáculo à parte feito pelo grupo de dança Mudança. Só peca na letra, repetitiva e sem muita criatividade, com um tema já conhecido, um refrão extremamente repetitivo e uma melodia não muito boa. Vale falar da intervenção do coral com as palmas já tradicionais no meio da canção.


Sabemos que o Diante do Trono é um grupo que representa muito no cenário gospel do Brasil, pioneiros, e ainda está muito presente nas Igrejas. Existe os que são extremamente fãs, os que ouvem algumas coisas, os que dizem que não ouve mais porque "eles não são mais os mesmos" e os que não ouvem mais porque "eles fazem sempre a mesma coisa. Acredito que o volume 12 da série pode agradar à todos esses.






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