Em termos gerais, a roupa de pano de saco mostrava a angústia da pessoa. Mas, angústia e perturbação podem ser resultados de vários fatores e, por isso, observemos alguns motivos mais específicos para o uso desse tecido.
1. Sinal de tristeza e lamentação, especialmente devidas à morte ou às calamidades (Salmo 35:13-14; Isaías 15:1-3; 32:9-12; Ezequiel 27:29-32; Joel 1:8,13; Amós 8:10). Quando Jacó recebeu a notícia (falsa) da morte de José, seu filho predileto, ele "rasgou as suas vestes [outro sinal de angústia], e se cingiu de pano de saco, e lamentou o filho por muitos dias" (Gênesis 37:34). Quando Abner foi morto, Davi ordenou ao povo: “Rasgai as vossas vestes, cingi-vos de panos de saco e ide prateando diante de Abner” (2 Samuel 3:30-32). Quando saiu a ordem do rei da Pérsia autorizando a aniquilação dos judeus, Mordecai “se cobriu de pano de saco e ... clamou com grande e amargo clamor”. Os outros judeus mostraram sua angústia com o mesmo sinal de luto (Ester 4:1-3). Este sinal, às vezes, acompanhava a mensagem triste de profetas (Apocalipse 11:3-6).
2. Evidência de humildade, especialmente de um suplicante (Salmo 30:8,10-11). Ezequias e os outros líderes de Judá se vestiram de pano de saco quando este entrou na presença de Deus para pedir livramento da ameaça assíria (2 Reis 19:1-3,14-19). Ben-Hadade e seus soldados se vestiram de pano de saco e pediram a clemência do rei Acabe de Israel (1 Reis 20:31-32). Daniel disse: “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza” (9:3).
3. Demonstração de arrependimento (Mateus 11:21; Lucas 10:13). Os ninivitas ouviram as advertências do profeta de Deus e se converteram, cobrindo-se de pano de saco (Jonas 3:5-9). Depois do cativeiro babilônico, os filhos de Israel jejuaram, trouxeram terra sobre si e se vestiram de pano de saco quando chegaram a confessar seus pecados diante do Senhor (Neemias 9:1-4).
Na aliança de Cristo, não achamos ordens exigindo o uso de pano de saco, cinzas, etc., mas ainda devemos mostrar mudanças no nosso comportamento como pessoas transformadas pela palavra do Senhor (Romanos 12:1-2). Isaías advertiu os israelitas do perigo de usar atos externos insinceramente; a verdadeira conversão precisa ser acompanhada de frutos do arrependimento (Isaías 58:1-10; cf. Mateus 3:8).
–por Dennis Allan
Fonte: EstudosdaBiblia.net / PortalDT