Palavras da Ana; Mulheres Mais Velhas & Sensibilidade Aos Atos de Deus

Gente, hoje o "Palavras da Ana" será em dose dupla. A 1ª postagem é da Ana e a 2ª do Gustavo - que já devia ter feito um blog só dele - onde ambos, falam sobre experiências vividas.

Mulheres Mais Velhas

Esses dias tive a oportunidade de receber sabedoria e conselho de algumas mulheres mais velhas. O tempo com a Ezenete foi muito importante. Assim como a Palavra diz em Timóteo, é um ministério maravilhoso que as mulheres mais velhas devem realizar, o de instruir as mais novas com sua sabedoria.

Esta tarde eu estava conversando com outra irmã sábia, uma querida indiana, e o significado do seu nome é “perfume suave ao Senhor”. Ela já era minha conhecida porque juntamente com seu esposo e filhos ela servia na Casa de Oração em Jerusalém, onde tenho participado há vários anos do Congresso de Oração para todas as nações. Agora esta família preciosa está estudando no CFNI, e nos encontramos aqui, no play ground com as crianças, e foi uma deliciosa surpresa este reencontro!

Bem, estávamos compartilhando sobre como este novo tempo é especial. Ouvi atentamente enquanto ela me dizia para aproveitar cada instante, porque passa muito rápido. Assim como um prato de comida é colocado em nossa frente, e precisamos escolher comê-lo ou não, posso fazer a escolha certa e receber este tempo de Deus. Não posso rejeitá-lo. E realmente passa rápido! Já estamos quase terminando o mês de Novembro! Este semestre do curso do Gustavo já está quase no fim!

Ela também me falou sobre duas estratégias do inimigo. Primeiro ele tenta nos parar pela frente. Tenta nos intimidar e impedir de agir. Mas, quando vencemos, pelo poder do nome de Jesus e de Seu sangue, e conseguimos romper e nos mover, vem a segunda tentativa de Satanás. Ele tenta nos empurrar por trás para que nos movamos rápido, sem parar, sem trégua. É a tentação do ativismo no próprio ministério, na Obra de Deus, ou em tantas atividades de nossas vidas.

Pouco a pouco entramos em um ritmo acelerado e vamos perdendo nossas prioridades. Deus e a família vão sendo deixados de lado. Até nos “encontramos” dentro de casa, mas muitas vezes são tão breves momentos, sem profundidade e intimidade. As responsabilidades são cumpridas, mas o relacionamento é raso, tanto com Deus quanto com as pessoas.

Para nossos filhos não há substitutos. Somos os únicos pais que eles podem ter. Preparar é melhor do que reparar. E as investidas do inferno hoje estão cada vez mais ousadas. Antigamente, para ter nosso caráter contaminado precisávamos sair, ir a algum lugar, mas hoje, um clique errado no computador pode sujar as mentes dos nossos filhos.

Para o casamento este tempo de pausa também tem sido importante, pois nunca ficamos tão juntos! Estamos descobrindo o relacionamento de novo! Como um depósito de Deus em nosso interior estamos recebendo algo que nos fortalecerá para o futuro. Brechas vão sendo fechadas e curadas, pois só o Pai sabe os desafios que viveremos servindo ao Senhor daqui para frente.

Espero que estes conselhos que recebi sirvam para abençoar e edificar de alguma maneira. Mesmo que muitos de vocês não estejam como nós, fora do contexto do dia a dia corrido do Brasil (ainda que vivamos outras correrias!), sei que os princípios podem ser aplicados a todos. Que as prioridades sejam recolocadas em seus devidos lugares em cada um de nós. Que os relacionamentos, com Deus, com a família, com as pessoas, sejam fortalecidos.

Que preciosa conversa com a irmã indiana. Que nossas vidas e famílias sejam como seu nome diz: um cheiro suave ao Senhor…

Ana Paula Valadão.


Sensibilidade Aos Atos de Deus

Olá gente, aqui é o Gustavo. (Nem sempre me lembro de me apresentar).

Pode parecer estranho, mas o lugar onde estamos mais sensíveis para perceber os atos de Deus não é o lugar da bonança, mas, sim, o lugar do deserto. Muitos dos salmos de Davi foram escritos não no palácio, mas, no deserto. Moisés recebeu o seu chamado no deserto (Êxodo 3.1-2). Quando queria desistir de tudo, Deus levou Elias não à um lugar de maravilhas, mas, ao deserto do Sinai, ao monte Horebe (1 Reis 19). Quando o povo de Israel havia se tornado insensível, Deus decidiu que iria novamente levar o seu povo ao deserto para ali falar-lhe ao coração (Oséias 2.14). João Batista viveu no deserto, recebendo de Deus, até o tempo em que deveria se manifestar ao povo de Israel (Lucas 1.80). O apóstolo Paulo, logo depois da sua conversão no caminho de Damasco, viveu por três anos nos desertos da Arábia (Gálatas 1.17-18). Por diversas vezes, durante o seu ministério, Jesus se retirou para os lugares solitários a fim de orar, se relacionar com o Pai (Lucas 5.15-16).

O deserto é lugar de encontro com Deus e, portanto, lugar de ouvirmos aquilo que Deus tem para nos dizer. Às vezes corremos tanto, envolvemo-nos em tantas atividades, participamos em tantos ministérios, ouvimos tanta gente, que não conseguimos parar para ouvir a voz do nosso Amado. Temos tempo para todos, mas não temos tempo para estar com Aquele que é a razão da nossa vida e o motivo da nossa existência!

Aliás, muitas vezes, nem mesmo nos lembramos de que Deus existe e que está perto. Pelo contrário, por causa da nossa inteligência, capacidade, recursos, relacionamentos, habilidades, consciente ou inconscientemente, chegamos a pensar que somos bons, fortes, capazes, inteligentes e habilidosos. Nem nos lembramos de que Deus é quem opera tudo em todos e de que toda boa dádiva e dom perfeito vem do Pai das Luzes. Até que…

Até que, por sua providência, Deus nos leva para o deserto, que, nesse contexto, não é necessariamente um lugar geográfico, mas, sim, lugar de falta, de carência, de limitações, de sequidão, de quentura e de não-beleza. E, assim, quando nos encontramos mais fragilizados e menos confiantes em nós mesmos, nós nos encontramos com Aquele que, se de um lado, resiste ao soberbo, de outro lado, concede graça ao humilde. No deserto, tornamo-nos mais sensíveis aos atos de Deus.

É no deserto que percebemos que o nosso pão de cada dia é fruto não do nosso esforço, mas da bondade de Deus. É ali que percebemos que o nosso pão é e sempre foi pão do céu! É no deserto que percebemos que a água que bebemos, fonte de vida, nasce da Rocha, que é Cristo! É ali que entendemos que a provisão é sempre fruto de um milagre! E que as nossas roupas não gastam! E que a nossa saúde só pode ser preservada por Deus!

De repente, começamos a perceber que a nossa vida não é vivida por acaso, mas que é cheia de propósito. E que tudo o que temos (ou não temos); tudo o que somos (ou não somos); sim tudo nos é dado por Deus. Ali, naquele lugar, o nosso coração é convertido e se rende completamente aos cuidados do Criador. Ali, reconhecemos que só existe um único Deus, e que esse deus não somos nós mesmos; pelo contrário, é o Deus Triúno.

Gustavo Bessa.