Na última entrevista coletiva antes da estreia do Brasil na Copa do Mundo, o técnico Dunga pouco falou sobre o jogo contra a Coreia do Norte, que será realizado nesta terça-feira, em Joanesburgo. Gastou mais tempo justificando seu método de trabalho e defendendo o grupo que está na África do Sul, muitas vezes com ironia.
Um dos principais temas abordados pelos jornalistas foi a opção por treinos fechados às vésperas do primeiro jogo no Mundial. No fim de semana, a imprensa ficou fora das duas atividades realizadas - foram três treinos em Joanesburgo, no total, sem a presença de jornalistas.
- Talvez o Rodrigo Paiva (diretor de comunicação da CBF) não tenha falado, por ser muito educado e não querer conflito. Mas não é treino fechado. É treino privado. Porque se quisermos fazer alguma coisa diferente, parar toda hora para treinar algo, acaba não digo atrapalhando, mas disturbando (sic). Claro que no jogo tem gente, mas é diferente. Vocês não dizem que o jogador tem que ter criatividade? Então vocês usem a criatividade para escrever também – disse.
A questão voltou à pauta em seguida, quando o treinador foi questionado se a seleção padecia de falta de criatividade. Ele usou os números para defender o trabalho. E aproveitou também para criticar a imprensa por ter noticiado que as dores nas costas de Julio Cesar preocupavam - o goleiro se machucou no amistoso contra o Zimbábue e perdeu vários dias de treino em tratamento. Dunga também ressaltou que as críticas são pessoais, feitas para atingi-lo.
- Uma equipe que faz cento e poucos gols é criativa. Uma equipe que toma 30 e poucos gols tem equilíbrio. Quando nasci, já ouvia esse assunto de criatividade. As críticas maiores são porque o treino é privado, porque não tem entrevista exclusiva, não tem jantar com cinco ou seis (jornalistas). As críticas são mais em relação ao meu estilo. Não incomodam. Se fosse dar bola para tudo que escrevem... Um dia desses o Julio Cesar estava fora do jogo pela manhã. Depois, foi o melhor do treino da tarde. Eu enlouqueceria. Ficaria com cabelos brancos em um dia – comentou.
O clima de confronto com a imprensa foi franco por parte do técnico. O comandante da equipe que tentará o hexa não poupou palavras ao falar da sua relação com os jornalistas.
- Desde que nasci existe este confronto entre a imprensa e o técnico da seleção. Existe a liberdade de opinião. Mas eu apanho de manha à noite. Aí, quando eu respondo, dizem que eu sou rancoroso. Mas você leva vantagem. Você tem 24 horas para me bater. Quando respondo, é só um segundo. Mas o rancoroso sou eu.
Brasil e Coreia do Norte jogam nesta terça, às 15h30m de Brasília (20h30m no horário sul-africano) no estádio Ellis Park, em Joanesburgo.
Fonte: Portal DT | Globoesporte.com









