Assassinato em ritual satânico no cemitério

Polícia prende quatro pessoas envolvidas na morte de adolescente no cemitério desativado do Bengui no mês passado. Grupo de jovens cultuava o vampirismo. A garota foi asfixiada e golpeada com uma cruz arrancada de sepultura abandonada.

Quatro pessoas foram presas acusadas de ter matado uma adolescente em ritual satânico no cemitério do Benguí, há cerca de um mês. Policiais civis da Divisão de Homicídios e da Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data) prenderam Ezequiel Abreu Calado, 19 anos, conhecido como "Bloody"; sua namorada Nancy Danielly da Silva Amorim, de 19 anos; um adolescente de 15 anos e uma garota de 16. Os quatro faziam parte de um grupo gótico e, ao que tudo indica, assassinaram a adolescente em um ritual de vampirismo, que incluiu agressões com uma cruz e mordidas no braço da vítima.

PREMEDITAÇÃO

Durante a apresentação, diante do delegado Neyvaldo Costa, diretor de polícia especializada da Polícia Civil, Nancy contou detalhes de como a adolescente foi morta no cemitério. Embora não estivesse lá - o crime foi cometido pelos outros três acusados -, ela participou da reunião de planejamento e ficou sabendo de tudo que ocorreu depois. Segundo Nancy, a vítima foi cortada com lajotas soltas encontradas no local e foi espancada na cabeça com uma cruz, ambos os objetos retirados de sepulturas do Cemitério do Bengui. De acordo com ela, ninguém chegou a beber o sangue da adolescente morta embora há indícios de que o sangue da vítima foi tomado pelos assassinos. Ezequiel já havia negado todas as acusações mas, ao ver sua namorada confessar e acusar, limitou-se a dizer que só falaria na presença do advogado.
O delegado Neyvaldo diz haver certeza quanto à participação do quarteto no crime. Contudo, embora admita que a execução teve peculiaridades, se mostra cauteloso em relação aos sinais de magia negra no crime. "Vamos esperar os laudos do IML para saber se houve mesmo vampirismo. Devem sair na sexta-feira", diz. O que as investigações já mostraram é que a vítima foi atraída pela adolescente, com quem queria ter um relacionamento, a ir ao cemitério e lá foi assassinada pelo trio. A motivação do crime ainda não está totalmente clara, mas a suspeita é que tenha a ver com a aversão de Ezequiel a homossexuais. "Não tenho ódio, mas não gosto. Prefiro não andar com gays senão vão achar que eu sou também", confessou o acusado, após ser preso. 


CARTAS

Além da gravação, que possui um diálogo de horror, que fala em matar pessoas em rituais de vampirismo e feitiços, o delegado Eduardo Rollo também possui no inquérito policial, o depoimento de uma adolescente que teria participado de uma reunião do grupo gótico paraense que planejou o crime. No depoimento, a testemunha conta com detalhes como tudo foi planejado e a motivação do crime. De acordo com ela, a vítima foi morta porque seria homossexual e estaria apaixonada ou mesmo tendo um relacionamento amoroso com a adolescente, de 16 anos, apreendida ontem pela polícia. A menina detida pela polícia é ex-namorada de Ezequiel, o que teria despertado a ira dele e do grupo, que resolveu executá-la. A vítima teria enviado várias cartinhas de amor à adolescente apreendida, declarando que ela "era o seu amor, a sua vida". As cartas, que eram enviadas quase diariamente, foram apreendidas pela polícia.
O trecho mais assustador do depoimento da testemunha revela que o adolescente de 15 anos apreendido ontem havia ameaçado beber o sangue do irmão da adolescente de 16 anos (também apreendida), um menino de menos de 1 ano de idade. Em determinado trecho do depoimento, a testemunha conta à polícia que o adolescente prometido que "ia beber seu (do bebê) sangue porque o sangue de criança é melhor e é puro". A ameaça do adolescente apreendido teria a intenção de ameaçá-la a fazer parte do grupo gótico.



Fonte : O liberal.com.br