Nesses últimos dias tenho pensado a respeito de uma pergunta que ouço muito quando vou a igrejas, e que considero dispensável. A questão é “para quantas pessoas você falou de Jesus nesta semana?”. Normalmente é feita no culto de domingo – dia tradicional de frequentar a reunião religiosa.
A explicação de ser dispensável, para mim, reside no fato de o “falar de Jesus” não ser uma ação proposta por Ele, e sim pelos homens. Jesus nunca disse “ide pelo mundo falando de mim e aporrinhando as pessoas com as (supostas) verdades de vocês!”. Ele orientou apenas que o Evangelho fosse pregado. Aí alguém confundiu isso com o exercício de catequização e muitos “cristãos” passaram a seguir tal exemplo, ignorando o que Cristo sugeriu... e tornando-se verdadeiros chatos ambulantes, que não conseguem ficar calados, mas têm que sempre falar.
O problema não reside apenas no falar, mas no falar coisas erradas. E, o pior, falar coisas que Jesus não falaria. Foi Ele mesmo quem disse que aqueles que cressem nEle fariam coisas maiores que as que Ele fez enquanto esteve por aqui. E muita gente se esquece que Jesus amou até as últimas consequências, que Ele ignorou a imagem que os líderes da religião tinham de si, que abraçou prostitutas e agiotas, que defendeu e andou ao lado da pior estirpe de gente... Jesus largou a companhia dos religiosos da sua época para andar com pecadores.
E, hoje, o que acontece? “Pregar o Evangelho”, para muitos, virou encher a paciência das pessoas falando de um “Jesus” inventado. Um “Cristo” que nunca existiu. Pois o verdadeiro nem sempre é lembrado e imitado.
Voltando à questão inicial e ao porquê de eu a considerar extremamente dispensável, proponho que a pergunta passe a ser outra: “para quantas pessoas você foi Jesus nesta semana?” Sim, nosso papel é encarnar Cristo, é absorver o Seu Amor... e ser o que Ele foi na vida dos que o cercavam.
Falar quase nunca é o melhor caminho! Um milagre vale mais... E, quando falo de milagre, não digo abrir mares, curar doentes, andar sobre as águas etc. Falo do maior milagre da Vida: o Amor de Deus. Em um mundo de tanto ódio e indiferença, alguém que carrega em si o Amor do Pai é capaz de mudar radicalmente a vida das pessoas que enfrentam uma existência de dores e carências guardadas no coração...
Foi isso que Jesus fez. Mais que falar de si mesmo, Ele foi!
Pense nisso! Eu tenho pensado...
Rafael Rocha
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