No último domingo, após o resultado das eleições presidenciais, pus-me a refletir sobre o que ocorreu durante todo o período de campanha, repleta de acusações morais, mentiras e distorções de informações relativas ao passado dos candidatos. Inevitavelmente, cheguei a uma constatação: a sociedade brasileira está paralisada. E nós, seguidores da mensagem do Evangelho, o que podemos fazer? Continuar sendo levados pelo ritmo suave, falsamente gostoso e imperceptível, da indiferença? Ou tentar remar contra essa correnteza que nos oprime?
Escrevi, certa vez, que “a maior questão a ser discutida, hoje, é se há amor ou não. Em cada ato, questão, informação... O resto é resto, e pode esperar!” Quando disse isso, tinha em mente o que Paulo diz no verso 14 do quinto capítulo da carta direcionada aos Gálatas: Toda a Lei se resume num só mandamento: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.
Acho triste perceber que o moralismo, normalmente enraizado na religião (que pode estar muito distante da mensagem de Cristo), rege os posicionamentos na nossa sociedade. Em setembro de 2007, escrevi em um trabalho da faculdade que “alheios às condições sociais de desigualdade e injustiça social, muitos justificam tudo como ‘escolha de Deus’, remetendo a Ele toda a responsabilidade e até a culpa pelas mazelas humanas. Exemplos não faltam de pessoas que deixam de ajudar a quem precisa por diferenças de religião e credo. Guerras são cometidas sob a presunção da aprovação divina. Pessoas são assassinadas em nome de um deus a quem nunca se conheceu. Pois, se o verdadeiro Deus é Amor, é justamente esse sentimento o que mais falta à religião. A presunção de superioridade elimina o Amor e gera guerras, brigas, conflitos, divisões e mortes. E a paz, tão gritada pelas religiões, fica apenas no papel, já que leis e tradições valem mais que a vida, na hora da decisão. O orgulho vale mais que o Amor e a guerra é mais importante que a Paz, se o resultado servir para provar quem carrega a verdade. Verdade essa que é tão falsa quanto a religião que se vive.”
Em meio à turbulência que tais percepções causam em minha alma, um grito de alerta se faz a cada dia mais presente: o Caminho é Cristo! Se não tomarmos cuidado, o cristianismo corre o risco de se tornar apenas um atalho mal construído. E é preciso fugir de tal atalho antes que a indiferença nos domine. Nosso coração precisa ser despertado, a cada dia, para a consciência da inclusão. Necessidade alarmante em uma sociedade que apenas exclui.
É preciso que se lembre do que Jesus fala no capítulo 25 do livro de Mateus. “Eu tive fome e vocês me deram de comer; tive sede e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram.” (versos 35 e 36. Leia do 31 ao 46)
Dados e números (e, mais que isso, a visita a lugares pobres do país) mostram que o governo do presidente Lula, do qual Dilma é parte, tentou seguir esse caminho. Que, independentemente de valores morais e religiosos, a primeira mulher presidente do Brasil continue a seguir tais preceitos. Esse é o meu desejo.
Porque “todo aquele que ama é nascido de Deus – e conhece a Deus, porque Deus é Amor!” Deus é O Amor!
Que Deus abençoe a presidente do Brasil!
Rafael Rocha
rafaelrocha@portaldt.com
*Excepcionalmente, nesta semana, a coluna "Evangelho em prosa" foi publicada na terça-feira.
Escrevi, certa vez, que “a maior questão a ser discutida, hoje, é se há amor ou não. Em cada ato, questão, informação... O resto é resto, e pode esperar!” Quando disse isso, tinha em mente o que Paulo diz no verso 14 do quinto capítulo da carta direcionada aos Gálatas: Toda a Lei se resume num só mandamento: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.
Acho triste perceber que o moralismo, normalmente enraizado na religião (que pode estar muito distante da mensagem de Cristo), rege os posicionamentos na nossa sociedade. Em setembro de 2007, escrevi em um trabalho da faculdade que “alheios às condições sociais de desigualdade e injustiça social, muitos justificam tudo como ‘escolha de Deus’, remetendo a Ele toda a responsabilidade e até a culpa pelas mazelas humanas. Exemplos não faltam de pessoas que deixam de ajudar a quem precisa por diferenças de religião e credo. Guerras são cometidas sob a presunção da aprovação divina. Pessoas são assassinadas em nome de um deus a quem nunca se conheceu. Pois, se o verdadeiro Deus é Amor, é justamente esse sentimento o que mais falta à religião. A presunção de superioridade elimina o Amor e gera guerras, brigas, conflitos, divisões e mortes. E a paz, tão gritada pelas religiões, fica apenas no papel, já que leis e tradições valem mais que a vida, na hora da decisão. O orgulho vale mais que o Amor e a guerra é mais importante que a Paz, se o resultado servir para provar quem carrega a verdade. Verdade essa que é tão falsa quanto a religião que se vive.”
Em meio à turbulência que tais percepções causam em minha alma, um grito de alerta se faz a cada dia mais presente: o Caminho é Cristo! Se não tomarmos cuidado, o cristianismo corre o risco de se tornar apenas um atalho mal construído. E é preciso fugir de tal atalho antes que a indiferença nos domine. Nosso coração precisa ser despertado, a cada dia, para a consciência da inclusão. Necessidade alarmante em uma sociedade que apenas exclui.
É preciso que se lembre do que Jesus fala no capítulo 25 do livro de Mateus. “Eu tive fome e vocês me deram de comer; tive sede e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram.” (versos 35 e 36. Leia do 31 ao 46)
Dados e números (e, mais que isso, a visita a lugares pobres do país) mostram que o governo do presidente Lula, do qual Dilma é parte, tentou seguir esse caminho. Que, independentemente de valores morais e religiosos, a primeira mulher presidente do Brasil continue a seguir tais preceitos. Esse é o meu desejo.
Porque “todo aquele que ama é nascido de Deus – e conhece a Deus, porque Deus é Amor!” Deus é O Amor!
Que Deus abençoe a presidente do Brasil!
Rafael Rocha
rafaelrocha@portaldt.com
*Excepcionalmente, nesta semana, a coluna "Evangelho em prosa" foi publicada na terça-feira.