O ENEM 2010 está acontecendo de forma "tranquila" para o INEP, que é responsável pela prova, e de forma turbulenta para os feras e pais dos alunos.
Tudo começou com um problema de impressão dos cartões das provas, que vieram trocados em alguns casos. E hoje, frustrando o que foi garantido pelo INEP de que o 2º dia seria todo certinho, um repórter do Jornal do Commercio de Recife conseguiu entrar no local de provas portanto um celular ligado, que foi usado para o envio de um torpedo à redação do Jornal, informando o tema da redação. Segundo o jornalista, o tema da redação é "O trabalho na construção da dignidade humana." Para se fazer a dissertação-argumentativa são dados dois textos de suporte, o primeiro trata do trabalho escravo e o segundo sobre uma perspectivas do trabalho no futuro.
O repórter ainda entrou no local de provas com um lápis grafite de madeira, que é terminantemente proibido. "Consegui fazer a prova inteira sem ser advertido, inclusive o rascunho da redação. Era um lápis de madeira comum, e não uma lapiseira que parecesse com uma caneta" relata. Ele também entrou com um relógio mas foi advertido pelo fiscal a guardá-lo.
Para o Ministério Público Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a prova do ENEM pode ser anulada simplesmente pela troca de cabeçalhos nos cartões de resposta. Os promotores devem avaliar as denúncias, as falhas na impressão e aplicação da prova e, caso seja constatado que houve dano coletivo, eles podem entrar com uma ação civil pública pedindo que o exame seja suspenso.
"O Ministério Público Federal é a instituição que pode tomar uma medida nesse caso. Se for constatado prejuízo aos alunos, pedimos anulação do exame."
De acordo com a OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de São Paulo), o erro de impressão gráfica é motivo suficiente para anulação do exame. É a avaliação feita pelo advogado Edson Bortolai. "Qualquer problema que induza o aluno ao erro é motivo para anulação da prova. Isso não pode acontecer, é um absurdo, é estarrecedor."
Tadeu Ribeiro
tadeuribeiro@portaldt.com
Com informações do Jornal do Commercio e do R7.com