"Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.” (Mateus 5.7)
Você já reparou que nós, comumente, gostamos muito mais de ser alvo da misericórdia do outro que de exercer misericórdia? Isso é traço humano: queremos que o próximo faça por nós, mas quase nunca estamos dispostos a dar o primeiro passo.
É por isso que gosto desse versículo das bem-aventuranças, pois Jesus inverte a lógica na qual nossa alma encontra prazer. A ação é a nossa misericórdia; a conseqüência, ser alvo de misericórdia. É simples assim: Cristo nos convida a dar o primeiro passo. Tal qual Ele fez: basta observar a natureza do Amor de Deus por nós. É dom dEle, uma escolha, um favor imerecido.
O mundo em que vivemos torna-se a cada dia mais cruel. Não é novidade – ou não deveria ser – que o amor deve cada vez mais se esfriar entre os homens. Basta ter um pouco de sensibilidade pra notar. E a consequência é que, às vezes inconscientes (mas muitas outras conscientes também), deixamo-nos levar pelo mesmo caminho: a cada dia somos mais impassíveis com o semelhante, mais cruéis.
Quem de nós, ao ser vítima de uma decepção com um amigo, nunca disse “ele é falso, descobri que não era meu amigo”? Mas será que é sempre assim? Em muitos casos, não! Esquecemo-nos que nossos amigos são humanos, repletos de qualidades, mas também de defeitos. Ou seja, erram. E um erro não deveria ser suficiente para apagar toda uma história de acertos. E isso acontece cada vez mais, pois a cada dia nos falta a misericórdia.
Nas igrejas, então, a coisa é mais cruel. Quantas vezes uma pessoa é admirada, elogiada, respeitada, tida como “de Deus”. Então, descobre-se o erro. Apenas um. Arrasador. Suficiente para anular toda a trajetória daquele que, até ontem, era referencial. Cruel, não? Mas é assim que acontece, cada dia de forma mais frequente, sem que a gente nem se dê conta. E o motivo é o mesmo: a misericórdia não nos habita!
Eu poderia listar aqui mais uma série de exemplos, porém creio ser desnecessário. Também pensei em escrever uma conclusão, mas decidi apenas reescrever a fala de Jesus, adotando a ordem inversa:
Obterão misericórdia os que são misericordiosos, esses são bem-aventurados!
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Rafael Rocha
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